sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Entrevista

Aproveitando o assunto do último texto, “O Currículo”, onde tratamos sobre o acesso ao mercado, abordemos agora outro assunto amedrontador para qualquer pessoa: a hora da entrevista de emprego.

É incrível conversar sobre este assunto com colegas de trabalho e amigos, pois descobrimos as mais diferentes formas de resistência e tensão sobre o assunto. Surgem as mais divertidas, e até mesmo bizarras, histórias sobre entrevistas de emprego. Pessoas que saíram correndo na hora H, amigos engasgaram e não conseguiam falar nada, gente já empregada que deixou de ir a uma entrevista para uma vaga incrível por se sentir um traidor.

Este último fator é muito comum. Pessoas que se sentem mal por estarem empregadas e, mesmo assim, continuarem participando de entrevistas de emprego. Isso deriva de diversos motivos, mas o mais comum é o medo de que uma nova oportunidade possa ferir a imagem profissional na empresa atual, fechar portas.

Discordo dessa afirmação pois existem dois motivos principais para participar de uma entrevista: Primeiro se você não está contente com seu emprego atual, seja por conta de um chefe chato, trabalho não reconhecido, desejo de mudar de área de atuação, etc. O segundo é simplesmente por que chegou à você uma proposta tentadora para um cargo melhor que o atual e você não quer perder a boa oportunidade.

No primeiro caso, do descontentamento com o trabalho, nada mais justo que ir atrás de algo que lhe satisfaça profissionalmente. Neste caso a pessoa não deve se culpar de forma alguma, pois estamos falando sobre a gestão de sua própria carreira e o mais importante é perseguir os seus interesses, lembrando que ninguém é insubstituível e que a empresa certamente encontrará alguém que QUER estar no seu lugar.

No segundo caso, do profissional bem empregado com uma proposta melhor a situação costuma ser ainda mais complexa, pois o sentimento de culpa é reforçado pelo vínculo que ele possui com a empresa onde trabalha. Do meu ponto de vista este é um caso onde só a sinceridade pode amenizar a culpa.

É fato que o profissional não deve se sentir culpado por buscar sempre o melhor para a carreira mas, se não for este o caso, abrir o jogo para o gestor pode aliviar as coisas e permitir que as entrevistas ocorram naturalmente, com menos pressão.

Claro que cada um sabe o melhor jeito de abordar o assunto e até mesmo se deve ou não fazê-lo, mas percebo cada vez mais que atender a uma proposta de crescimento profissional, geralmente, não suja a imagem de ninguém.

Passada a fase da culpa, também é importante sabe que 90% dos casos onde uma pessoa não se dá bem numa entrevista de emprego não é culpa de um currículo ruim ou de incompatibilidade com a vaga, mas da falta de preparo para a entrevista.

Lembramos que até o momento da entrevista o currículo do profissional já passou por leituras e releituras e o diagnóstico foi favorável o suficiente para que a empresa se interessasse por entrevistar o candidato.

E é na diferença entre o que foi apresentado no currículo e a realidade do profissional onde mora o perigo. Na hora da entrevista, alguém que enche o currículo de floreios e perfumaria normalmente se dá mal.

O que você diria ao ler sobre uma pessoa com “Facilidade de comunicação e relação interpessoal” que na hora de conversar responde às suas perguntas com engasgos constantes e frases prolixas?

Ou então alguém que se auto-intitula “líder competente ou proativo” e chega atrasado no local da entrevista, além de esquecer o portifólio?

Soa muito arrogante alguém que coloca títulos bonitos apenas no papel. Eles não valem nada para alguém que está acostumado a ler dezenas de currículos por dia, se não forem condizentes com a realidade apresentada na entrevista.

É melhor não ter nada disso escrito no currículo e deixar o entrevistador tirar suas próprias conclusões.

Também existem casos onde o contrário acontece e um excelente líder ou exímio técnico deixam de conquistar uma vaga garantida por não saberem mostrar suas melhores características no momento certo da entrevista.

Podemos resumir a solução para melhorar o desempenho em entrevistas numa única palavra: PREPARO.

Conforme já dito no texto “O Currículo”, apenas a atualização constante da sua imagem profissional e o contato constante com as necessidades apresentadas pelo mercado podem garantir uma boa apresentação durante os processos de busca de emprego.

Vale também dizer que a entrevista é uma técnica a ser aperfeiçoada, então participar periodicamente de entrevistas pode ajudar, e muito, neste momento tão crucial para a carreira.

Para complementar o assunto, ouça o comentário de Max Gehringer entitulado: “Uma boa entrevista de emprego é 10% de improvisação e 90% de preparação”, publicado pela Rádio CBN no dia 29 de outubro. Ele dá uma excelente dica para melhorar sua apresentação nas situações comentadas.

E lembre-se de que os dois fatores fundamentais para o processo de entrevista tanto quanto da formação da imagem profissional são, mais uma vez, o PREPARO e a CREDIBILIDADE e você deve ser capaz de transmitir isso com naturalidade.

2 Comentários:

Blogger Eilor.A.Marigo disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

sábado, 06 dezembro, 2008  
Blogger Eilor.A.Marigo disse...

Tres pitadas de tempero...

Sentir-se mal por deixar uma empresa é um problema da pessoa e nunca da empresa.

Analisando com calma, a "empresa" realmente não existe. É uma pessoa jurídica, um pedaço de papel em uma gaveta.

O que existe é um conjunto de laços afetivos (ou não) entre você e as pessoas com quem voce se relaciona, desde o dono da empresa (ou seja lá o que for) ao mais humilde colaborador, o seu prazer pessoal de fazer parte de uma equipe importante e finalmente, seu medo de mudanças.

Ou seja, o problema está em 3 lugares: você, você e você.

1) Manter os amigos, anotar seus aniversários, cumprimentá-los todos os anos, visitá-los de vez em quando, não depende de estar empregado lá e ajuda muito no seu networking para novas oportunidades.

2) O prazer de trabalhar em uma equipe importante ou defender com competência uma marca imagino que se auto-resolva na nova oportunidade. Afinal você não estaria nem pensando nela se não te interessasse...

3) Agora chegamos ao ponto: O medo de mudar.
Este medinho faz com que voce se ache insubstituivel na empresa atual, quando existem centenas ou milhares de pessoas precisando de emprego e vão dar o sangue tanto quanto voce, fazer as mesmas horas extras, etc.
Faz também com que voce prefira pensar "será que não vou me dar mal na outra empresa?"... Pára com isso! Voce vai se dar, no minimo, tão bem como nesta. (se é que isto é um conforto).

Agora, do ponto de vista da empresa:

1) Mil vezes um novo funcionario motivado que um antigo infeliz, remoendo a oportunidade que deixou passar.

2) Se um gestor ficar "magoado" porque seu colaborador foi procurar o que era melhor para ele, e vier com chantagem sentimental ou concreta, saia rapidinho daí!!! O gestor é incompetente e o cara que colocou o gestor neste cargo mais ainda!

3) Se for uma empresa séria e bem administrada explique a situação, aja com sinceridade, e diga que voce vai procurar o que é melhor para voce que eles vão te ter em um ótimo conceito. Veja também que, se a empresa que é seria precisar cortar despesas, vai procurar voce e explicar, com sinceridade, que não precisa mais dos seus serviços. Isto é assim. Isto é o correto. Mas.. e se a empresa não for séria? Bom, aí é diferente, aí é só voce se perguntar: Que diabos eu ainda estou fazendo AQUI????

Mude logo e Sucesso para você!

sábado, 06 dezembro, 2008  

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