Viagem

Aqui estou eu, num ônibus que acabou de sair da cidade de Curitiba, prestes a encarar uma viagem de seis horas até minha casa. Pelo horário de saída devemos chegar às quatro horas da manhã para encarar mais 30 minutos de taxi até meu sítio, na Serra do Japi.
Junto comigo vai meu pai, dormindo meio incomodado na poltrona aqui do lado, esparramado como pode.

Esta viagem de negócios nos rendeu na vinda, além das outras seis horas de viagem, poucas horas de sono no primeiro hotel que encontramos ao desembarcar na rodoviária, um banho rápido e um café da manhã mais ou menos.

Nossa refeição até agora limitou-se ao almoço, pois saímos da reunião que começou às duas da tarde, agora, às dez horas da noite.

Fechamos uma parceria comercial que já vem dando certo com nosso consultor de marketing digital e oficializamos o acordo para a criação da nossa agência.

Decidimos vir de ônibus para não gastar muito do dinheiro da nova empresa. Apesar de termos alguma reserva para o mês, não queremos ter de justificar gastos extras antes dos lucros consistentes.

E, apesar de tudo isso, sinto que fico cada vez mais contente com a previsão de chegarmos ao próximo posto Graal, com comida decente, nas próximas duas horas.

Aí você me pergunta: Você está realmente feliz com isso?

Respondo que sim.

Não pelos apertos da viagem e nem em ver meu pai se contorcendo para dormir um pouco aqui do meu lado, mas pelo fantástico horizonte que estas iniciativas apontam bem em frente ao meu nariz.

A cada dia vejo mais e mais desafios para perseguir, metas mais agressivas e muitas outras noites em claro pela frente, teclando neste mesmo notebook.

Mas o fato é que aplicar tanto esforço e sacrifício no meu futuro traz a sensação de que agora trabalho realmente para mim, com um objetivo muito maior do que já tive em qualquer outro emprego, ou para qualquer outro patrão.

O objetivo de crescer na vida usando minhas próprias mãos, vencer meus próprios desafios e conquistar meus próprios sonhos é, por si só, um horizonte infinito!